PTEN

rtm-logo__1_

Compartilhe

ISO 24165 e DTI (Digital Token Identifier): conheça o padrão
PorRTM
Um martelo de juiz em cima de uma mesa de madeira clara com um cadeado e uma moeda de bitcoin ao lado.

A tokenização de ativos tem ganhado espaço no mercado financeiro global e, com isso, impulsionado a necessidade de padronização e regulamentação. 

Para garantir transparência, rastreabilidade e segurança nesse ambiente, a aplicação de padrões internacionais é fundamental. 

Um dos principais avanços nessa direção é a ISO 24165, que estabelece um identificador exclusivo para ativos digitais por meio do DTI (Digital Token Identifier).

A implementação dessa norma permite que empresas e reguladores acompanhem o ciclo de vida de tokens digitais de forma confiável, facilitando auditorias e prevenindo fraudes. 

Para elaborar este artigo conversamos com a Liliane Dutra, sócia-fundadora da IPMF Global, sobre a ISO 24165. Ela explica como essa norma se relaciona com outros padrões de identificação e os impactos da sua adoção no mercado brasileiro!

Você está pronto para as tendências para o mercado financeiro em 2025? Leia sobre meios de pagamentos, investimentos, segurança e mais!

O que é a ISO 24165?

A ISO 24165 é um padrão internacional desenvolvido para identificar ativos digitais fungíveis e não fungíveis (NFTs). 

Essa norma foi criada para padronizar a identificação de tokens emitidos em tecnologias de registro distribuído (DLT – Distributed Ledger Technology), como a rede blockchain.

Na prática, a  ISO 24165 permite que cada ativo digital tenha um identificador único, rastreável e verificável, ou seja, garante transparência e reduzindo ambiguidades sobre a origem e autenticidade dos tokens. Esse identificador é chamado de DTI (Digital Token Identifier).

O que é o DTI (Digital Token Identifier)?

O DTI é um padrão global para a identificação de ativos digitais fungíveis e não-fungíveis que adotam a tecnologia de registro distribuído (DLT) para a sua emissão, custódia, negociação, registro de propriedade ou validação de transações. 

“Ele é composto por uma combinação aleatória e única de nove caracteres alfanuméricos que identifica um token digital e o vincula de forma inequívoca à identificação do registro distribuído (DLI) no qual está implantado”, explica Liliane Dutra.

Relação com outros identificadores ISO

A ISO 24165 está alinhada a outros padrões internacionais amplamente utilizados no mercado financeiro. Alguns dos principais identificadores utilizados em conjunto com o DTI são o LEI, ISN e o FIGI.

Explicando melhor:

  • LEI (Legal Entity Identifier): identifica a entidade emissora do ativo digital;
  • ISIN (International Securities Identification Number): identifica títulos financeiros tradicionais, garantindo interoperabilidade entre mercados tradicionais e digitais;
  • FIGI (Financial Instrument Global Identifier): utilizado na identificação global de instrumentos financeiros, similar ao ISIN.

Essa padronização permite a integração dos tokens digitais ao ecossistema financeiro tradicional, promovendo maior segurança e confiabilidade.

ISO 24165: confiança e transparência no mercado de ativos digitais

O DTI estabelece uma conexão direta entre os instrumentos financeiros, os ativos digitais ou tokens associados a esses instrumentos — e isso cria um grupo de ativos digitais funcionalmente fungíveis e vinculando-os aos registros distribuídos onde foram emitidos (DLI).

“Em outras palavras, o padrão reforça a confiança e a transparência no mercado de ativos digitais ao eliminar ambiguidades quanto aos instrumentos financeiros subjacentes e às infraestruturas DLT onde foram emitidas”, esclarece a especialista.

Liliane também destaca que o registro público mantido pela Digital Token Identifier Foundation assegura o acesso aberto e a atualização regular das informações, como uma forma de promover maior credibilidade e integridade ao ecossistema de ativos digitais.

Quais os desafios para o alinhamento da regulamentação brasileira com os padrões da ISO 24165?

Os desafios para o alinhamento da regulamentação brasileira com os padrões da ISO 24165 dizem respeito à necessidade de adoção de identificadores internacionais amplamente utilizados em outros mercados financeiros. 

“A principal motivação pela adoção de padrões internacionais pelo mercado financeiro é o compartilhamento de informações entre diferentes sistemas, participantes e jurisdições com precisão, eficiência, segurança e consistência”, diz a especialista.

Para que o DTI seja eficaz no Brasil, é essencial a identificação do emissor e do ativo associado por meio de identificadores internacionais que falamos antes: LEI, ISIN e FIGI.

“Embora esses identificadores sejam recomendados (e até, em alguns casos exigidos) por reguladores de diferentes países e tenham sido amplamente adotados pelos países da União Europeia, Ásia — e, recentemente, Estados Unidos e Canadá —, esses padrões ainda não foram adotados pelo mercado brasileiro”, explica Liliane.

A falta de um modelo regulatório padronizado que incorpore esses identificadores, então, representa um entrave para a implementação da ISO 24165. 

Como efeito, isso demanda esforços para alinhar as diretrizes nacionais às práticas globais e, assim, garantir a integração do mercado brasileiro ao ecossistema financeiro internacional.

Benefícios do DTI (Digital Token Identifier) para o mercado financeiro e a tokenização de ativos no Brasil

Na visão da especialista, há alguns principais ganhos: transparência, interoperabilidade, exclusividade, consistência e escalabilidade.

Elencando melhor esses elementos:

  • Transparência: identificação do token digital, sua localização em uma rede pública ou privada, e vínculo aos ativos subjacentes;
  • Interoperabilidade: método padronizado para distinguir entre diferentes registros e tokens;
  • Exclusividade: o DTI é baseado nas origens únicas e verificáveis do token digital na estrutura de dados do registro distribuído;
  • Consistência: capacidade de distinguir tokens originais e legítimos de tokens digitais recém-criados após eventos de bifurcação (“fork”);
  • Escalabilidade: um método de identificação de token unificado oferece suporte à escalabilidade e resiliência da indústria de criptoativos atualmente fragmentada.

Como a adoção do ISO 24165 e do DTI pode impulsionar o mercado de tokenização no Brasil?

A especialista mostra que a adoção do padrão internacional do DTI pode impulsionar o mercado de tokenização de ativos no Brasil a partir de um caminho importante: estabelecendo um identificador único que vincule ativos digitais às redes DLT onde foram emitidos e onde suas transações são registradas.

Isso garante a rastreabilidade e verificabilidade com base em informações públicas do repositório da DTI Foundation.

“Essa padronização aumentaria a transparência e a segurança do ecossistema, permitindo que participantes do mercado utilizem os DTIs como âncora para o rastreio de transações com ativos digitais, além de facilitar a supervisão do mercado pelos seus reguladores”, finaliza.

A tecnologia blockchain, diante de todo esse cenário, emerge como protagonista dessa revolução: oferece maior transparência, segurança e acessibilidade.

Aproveite agora para entender mais como o blockchain as a service é uma solução para operação segura de ativos tokenizados: clique aqui e confira um material completo sobre o tema! 

Deixe seu comentário

Prometemos não utilizar suas informações de contato para enviar qualquer tipo de SPAM.

Newsletter

Cadastre-se e receba todos os nossos conteúdos por e-mail, em primeira-mão.

Ao informar meus dados, estou ciente das diretrizes da Política de Privacidade.

Veja outras notícias relacionadas

Head de Segurança da Informação pesquisa no celular artigo sobre normas de segurança em provedores de nuvem.
Normas de segurança do setor financeiro: como manter sua empresa atualizada
Jovem mulher mexendo no celular com cidade como fundo
Como vai funcionar o Pix Automático?
noticia-assistente-de-inteligencia-artificial-na-nuvem-da-rtm-proporciona-aumento-da-produtividade
Assistente de Inteligência Artificial na nuvem da RTM proporciona aumento da produtividade