O Open Finance é uma solução pensada para facilitar o trânsito e troca de informações entre as instituições financeiras, mas também para os clientes. Mas o que significa o Open Investment dentro desse processo?
A lógica é a mesma, porém, o foco são os ativos financeiros. Trata-se, na verdade, de uma nova fase da implementação desse sistema de abertura. Esse processo, em específico, possibilita condições mais competitivas e acessíveis no mercado para os investidores.
Mas como funciona esse processo para as instituições financeiras e como o mercado financeiro vai ganhar com isso, na prática?
Entenda a seguir!
O que é Open Investment?
O Open Investment permite que instituições financeiras compartilhem dados de investimentos do usuário — desde que ele autorize o compartilhamento.
Ou seja, o investidor vai compartilhar suas carteiras de investimentos com as instituições e elas vão poder conhecer melhor o perfil de cada pessoa. Essa etapa representa a quarta fase do Open Finance do Banco Central (Bacen), iniciada em outubro de 2023.
“A instituição terá acesso a carteira do investidor de outras instituições e poderá fazer uma melhor recomendação, podendo analisar os tipos de aportes que ele possui”, explica o especialista da RTM, Aloísio Motta Rodrigues.
Desde CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio) e títulos públicos do Tesouro Direto até cotas de fundos de investimento.
Qual a diferença entre Open Investment e Open Finance?
A diferença está no fato de que o Open Investment é uma funcionalidade do Open Finance, assim como o Open Banking.
Enquanto ele foca na parte dos ativos financeiros, o Open Finance é o ecossistema completo — e aborda o compartilhamento de dados bancários, de seguros e todos os outros setores do mercado financeiro.
Toda a regulamentação do Open Investment, que está sujeita ao Open Finance, é responsabilidade do Banco Central, além da participação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).
Open Finance no Brasil: conheça as regras e a resolução do Bacen e CMN – RTM
Como funciona o Open Investment?
Apesar de se tratar de uma parte específica, o protocolo de compartilhamento será semelhante ao Open Banking.
“O processo acontece da mesma forma porque a ideia é para facilitar essa mudança. Tecnicamente, só acrescenta-se algumas APIs adicionais para essas informações, mas o fluxo de mensageria é o mesmo para as instituições. Para quem já é aderente ao Open Finance, é só uma evolução”, esclarece Aloísio.
Pensando em um cenário maior, o principal desafio dessas transformações não é adaptar a parte técnica, mas sim reter clientes. E isso vai muito além de conhecer o cliente — parte essencial do processo para aproveitar essa troca de informações.
“Esse processo é uma condição de mercado, pois ele está mais acirrado. Se você não tiver as melhores condições, você está sempre gerando uma desvantagem. É preciso compensar com algo”, reflete o especialista.
Na visão dele, uma das grandes questões do Open Investment é a questão do relacionamento de tecnologia.
“Você vai precisar ter um diferencial para reter o cliente porque, às vezes, os produtos são iguais. Se ele tiver produtos semelhantes em instituições diferentes, ele vai começar a levar em conta outros fatores, como o relacionamento ou a experiência do usuário (UX). Quem estiver na frente, leva vantagem”, explica Aloísio.
Quais são os benefícios do Open Investment para o mercado financeiro?
Quando se pensa no investidor, o principal benefício é notório: acesso mais fácil aos ativos e produtos financeiros. Mas o que o mercado de investimentos — e financeiro — ganha com isso?
Principalmente, a possibilidade de oferecer investimentos mais adequados ao seu perfil. “Conhecer bem o seu cliente permite à instituição ser mais assertiva naquilo que ela está recomendando e pode gerar mais retenção”, reforça Aloísio.
No entanto, ao ter acesso a toda a carteira de investimentos, existe também um outro benefício na visão do especialista. Esse processo de personalização gera um ciclo virtuoso capaz de trazer novos recursos para a instituição financeira.
“Às vezes, quando o cliente informa que tem um CDB que rende 100% do CDI, na verdade, ao checar, você descobre que ele rende 90%. Se a instituição tem uma aplicação com o mesmo grau de risco, mas com um rendimento melhor, dá para oferecer alternativas mais rentáveis”, explica.
Ou seja, são sugestões financeiramente favoráveis ao cliente para que ele consiga lucrar mais e, consequentemente, trazer mais recursos para a instituição de maneira eficiente.
Além de tudo isso, outro elemento que também pode ajudar fortemente na integração de dados e estratégias no setor é a inteligência artificial. Você sabe qual é o impacto da IA no mercado financeiro? Descubra no nosso material!