O armazenamento de dados feito de maneira segura é um desafio diário. O aumento das transações digitais, a transformação tecnológica e as regulamentações rigorosas intensificam a complexidade dessa tarefa.
Um simples erro ou vulnerabilidade pode ter impactos devastadores, tanto para a reputação quanto para as operações de uma instituição.
Neste cenário, a escolha entre armazenar dados em nuvem ou em servidores físicos (data centers) não é uma questão de certo ou errado, mas de como atender da melhor forma às necessidades específicas de cada instituição.
Nesse texto, vamos falar tanto dos riscos envolvendo o setor financeiro como também mostrar os caminhos para garantir mais segurança!
Os desafios e riscos do armazenamento de dados no setor financeiro
De acordo com o Security Intelligence Report in Financial Services e Banking Sector, 69% dos respondentes acreditam que qualquer tipo de falha de segurança em armazenamento e backup teria um significativo impacto na organização.
Some isso ao fato de que, segundo o Data Protection Trends Report, quase 60% dos backups conduzidos pelas empresas falham.
Assim, não é difícil perceber que o armazenamento de dados no setor financeiro é uma das áreas mais críticas e sujeitas a riscos, exigindo soluções robustas para garantir a segurança, disponibilidade e conformidade com as regulamentações.
No Brasil, esse setor é regido por uma série de normas e regulamentações que visam proteger as informações de clientes e garantir a integridade das operações financeiras.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma das principais regulamentações, exigindo que as instituições adotem medidas rigorosas para proteger os dados pessoais.
Além disso, o Banco Central do Brasil estabelece diretrizes por meio de normativas, como a Resolução CMN 4.893, que trata de requisitos para a contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados em cloud.
As instituições financeiras são obrigadas a implementar políticas de segurança da informação e continuidade dos negócios, além de garantir que os provedores de serviços de dados estejam em conformidade com as exigências de proteção de dados e privacidade.
É também comum que instituições tragam cartilhas em prol disso, como a ANBIMA, que publicou uma diretriz de segurança cibernética sobre os procedimentos adequados de proteção — visto que interesses financeiros motivam a maioria (80%) dos incidentes de segurança cibernética no Brasil.
Tudo isso é feito para que se consiga superar os desafios e, então:
Garantir o compliance
Garantir o compliance é um dos maiores obstáculos no armazenamento de dados, especialmente no setor financeiro, onde a conformidade com regulamentos como a LGPD, PCI DSS (Payment Card Industry Data Security Standard) e normas do Banco Central é indispensável.
As instituições devem manter registros adequados, relatórios de auditoria e controles rigorosos sobre o acesso e uso de dados sensíveis.
Falhas no compliance podem resultar em sanções regulatórias, multas expressivas e danos à reputação da instituição, além de comprometer a confiança dos clientes.
Evitar quebras de segurança
A segurança da informação no armazenamento de dados financeiros envolve a proteção contra ameaças como ataques cibernéticos, ransomware e violações internas.
Essas quebras de segurança podem levar ao vazamento de dados sensíveis, comprometendo não apenas as informações pessoais dos clientes, mas também a integridade financeira da instituição.
As falhas de segurança podem resultar em perdas financeiras significativas, interrupções operacionais e ações judiciais.
Para mitigar esses riscos, as instituições devem investir em tecnologias de criptografia, autenticação multifatorial, monitoramento contínuo e treinamentos de conscientização de segurança para colaboradores.
Ter disponibilidade e escalabilidade
O setor financeiro exige que os dados estejam sempre disponíveis para garantir a continuidade das operações, além de permitir a escalabilidade para lidar com picos de demanda, como em momentos de alta transação financeira.
Garantir a disponibilidade e escalabilidade pode ser bem difícil, pois envolve a implementação de infraestruturas robustas, que sejam capazes de suportar falhas e garantir a recuperação rápida em caso de incidentes.
Como garantir a segurança de armazenamento de dados?
Existem duas formas principais de armazenar esses dados: em nuvem (cloud) ou em servidores físicos (data centers).
Ambas as opções possuem características únicas e atendem a diferentes necessidades operacionais, sem que uma seja necessariamente melhor ou mais segura que a outra.
A escolha entre cloud e data center depende de vários fatores, como o porte da instituição, o tipo de operação e os requisitos regulatórios.
Independentemente da opção escolhida, é fundamental contar com um parceiro especializado que ofereça uma solução segura, em conformidade com as regras do negócio e a legislação vigente no setor financeiro.
Vamos ver como fazer isso.
Cloud
O armazenamento em nuvem permite que as instituições financeiras tenham acesso a uma infraestrutura flexível e escalável, que pode ser ajustada conforme a demanda.
Essa solução oferece a vantagem de reduzir custos com infraestrutura física, já que todo o gerenciamento do ambiente é realizado pelo provedor da nuvem.
Vantagens do armazenamento em nuvem
- Escalabilidade: permite que as instituições aumentem ou diminuam rapidamente a capacidade de armazenamento e processamento de dados de acordo com suas necessidades, sem grandes investimentos em hardware;
- Acessibilidade: dados armazenados na nuvem podem ser acessados de qualquer lugar, a qualquer momento, o que facilita a gestão remota de operações financeiras;
- Custos operacionais reduzidos: não há necessidade de investir em manutenção de infraestrutura física, como servidores, cabeamentos e sistemas de refrigeração, o que diminui os custos de operação.
Cuidados necessários
Mesmo com todas essas vantagens, o armazenamento em nuvem exige precauções específicas:
- Segurança de dados: é importante garantir que o provedor de cloud utilize criptografia avançada e que haja controle rigoroso de acesso, evitando vazamentos de dados.
- Conformidade regulatória: as instituições devem verificar se o provedor cumpre as normas regulatórias do setor financeiro, como a LGPD e a PCI DSS e também no que tange às responsabilidades de cada empresa.
- Parcerias estratégicas: trabalhar com um provedor confiável e que ofereça garantias de segurança e suporte é essencial para mitigar riscos.
Data center
Os servidores físicos ou data centers são instalações localizadas dentro ou fora das dependências da instituição financeira, onde os dados são armazenados e gerenciados em equipamentos próprios.
Essa solução é amplamente utilizada por empresas que desejam manter controle total sobre seus dados e operações.
Vantagens do armazenamento em data centers
- Controle total: instituições que optam por data centers possuem controle absoluto sobre a segurança física e digital, o que pode ser vantajoso para algumas operações que exigem maior nível de proteção;
- Personalização: é possível customizar as soluções de armazenamento e implementar medidas de segurança personalizadas de acordo com as necessidades específicas do negócio;
- Baixa latência: o uso de servidores locais pode oferecer menor latência e maior desempenho para transações que exigem resposta em tempo real.
Cuidados necessários
Embora os data centers oferecem maior controle, também exigem cuidados rigorosos:
- Custos de infraestrutura: manter servidores físicos exige investimentos contínuos em manutenção, refrigeração, energia e espaço físico adequado;
- Segurança física e digital: além das ameaças digitais, é necessário proteger o ambiente físico contra acesso não autorizado e desastres como incêndios ou inundações.
- Conformidade: assim como na nuvem, é crucial garantir que o data center esteja em conformidade com as leis e normas regulatórias do setor financeiro.
Quer seguir aprendendo sobre data center? Confira nosso guia de como escolher o melhor data center no mercado financeiro!