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O que é o metaverso e como isso irá mudar o mercado financeiro
PorRTM
Head de inovação utiliza um óculos de realidade aumentada para acessar o metaverso e suas aplicações no mercado financeiro.

A internet como conhecemos, baseada em textos e vídeos, está com os dias contados — pelo menos é o que acreditam os especialistas em inovação, que apostam no metaverso como a nova interface da rede mundial. Esse universo virtual vem sendo anunciado como a próxima fronteira para conectar pessoas, seja em situações sociais, jogos ou trabalho. Desde shopping centers que reúnem lojas digitais a bares online, já existem diversas possibilidades a serem exploradas nessa novidade.

Como acontece com tudo o que envolve a atividade humana, o surgimento do metaverso traz também uma série de necessidades econômicas. Para entender o impacto dessa mudança no mundo financeiro, é preciso começar pela explicação do que é o chamado metaverso e o que está vindo por aí.

O que é o metaverso?

Em uma definição simples, o metaverso é um tipo de ambiente digital que simula espaços físicos e replica pessoas e seus movimentos e ações do mundo real. Em geral, estes mundos gerados por computadores são acessados por meio de óculos de realidade aumentada, fones de ouvido e outros dispositivos — pelo menos por enquanto. Eles entregam aos usuários experiências completas, que incluem uma identidade própria, vivências, interações, lazer, trabalho, consumo e prestação de serviços, tudo de forma sincronizada e com potencial de ser acessado por um número ilimitado de pessoas.

Para que isso aconteça, é preciso combinar diversas tecnologias e dispositivos, além de plataformas online e estruturas de rede capazes de abrigar esses espaços digitais. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, reposicionou a empresa controladora da maior rede social do mundo para prepará-la para este futuro próximo. Segundo ele, uma das chaves para que o metaverso atinja todo o seu potencial é a interoperabilidade, ou seja, a possibilidade de os usuários operarem em diversas plataformas com uma única assinatura de login. O objetivo da nova companhia, não por acaso batizada de Meta Platforms, é se tornar a principal infraestrutura deste novo mundo virtual. Isso inclui não só os dados de acesso (o chamado login social), mas até mesmo uma moeda digital.

Quais são os recursos que já existem no metaverso?

No mundo dos games já existem diversas plataformas que podem ser caracterizadas como metaversos. São experiências que evoluíram de jogos multiplayers para pontos de encontro entre pessoas, onde acontecem eventos e até shows virtuais. Agora, essa mesma lógica está sendo levada para os espaços de trabalho digitais, especialmente com a intensificação do trabalho remoto por conta dos impactos da pandemia de Covid-19.

Nesse sentido, o Facebook lançou uma versão beta de um serviço chamado Horizon Workrooms, com salas de trabalho digitais que poderão ser acessadas por meio de óculos de realidade aumentada. Cada participante será representado no espaço virtual por avatares, que irão interagir de forma completa, proporcionando uma experiência mais realista e imersiva que as reuniões por teleconferências.

Além das mudanças no modo como trabalhamos, o metaverso traz também novas formas de realizar atividades econômicas. Afinal, todo espaço onde acontecem interações sociais cria necessidades de trocas. No caso dos mundos virtuais, é preciso pagar por serviços, e é possível até comprar produtos — já existem marcas vendendo roupas e acessórios digitais para avatares, imóveis em terrenos virtuais e itens de decoração.

No metaverso também há espaço crescente para a comercialização dos NFTs (tokens não fungíveis, na sigla em inglês), que são itens digitais com comprovantes de posse registrados em blockchain, ou seja, com autenticidade e propriedade comprovadas. O surgimento dos NFTs trouxe para o ambiente virtual, onde textos e imagens são replicados de forma idêntica, a possibilidade de criar um “original” para obras de arte, criando valor pessoal e financeiro para esses objetos. As possibilidades de negociação com NFTs estão apenas começando, e certamente as criptomoedas terão papel decisivo nesse novo mercado.

Leia também: Como o blockchain contribui para a inovação do mercado financeiro?

Como é possível investir no metaverso?

Os números indicam perspectivas de crescimento acelerado. No lançamento da marca Meta Platforms, Mark Zuckerberg afirmou que o objetivo é chegar a 1 bilhão de usuários no metaverso nos próximos dez anos. A Bloomberg Intelligence Unit prevê que até 2024 devem ser movimentados US$ 800 bilhões. Essa nova economia irá movimentar negócios e até criar ou modificar profissões.

Hoje já existem ocupações exclusivas do metaverso, como jogadores profissionais de e-sports. Mas o aumento da oferta de serviços está trazendo outras necessidades, como por exemplo os serviços de custódia segura de ativos, para dar suporte à interoperabilidade das blockchains. Também há espaço para intermediários típicos do mundo físico, como corretores de imóveis, de anúncios e de serviços financeiros. Também será necessário contar com plataformas de contratos inteligentes e diferentes tipos de tokens, ou seja, registros de ativos em formato digital. Afinal, no metaverso, os usuários precisarão pagar por diversas compras e isso irá criar oportunidades de negócio.

Além da movimentação de recursos dentro do metaverso, há uma série de investimentos necessários para que ele possa atingir todo seu potencial. As plataformas contam com recursos de realidade aumentada, o que demanda uma grande capacidade de armazenamento de dados. Como nem sempre as blockchains dão conta de arquivar todas essas informações, têm surgido soluções descentralizadas de armazenamento offchain, que guardam os dados para serem capturados  pelas blockchains sempre que necessário. Por conta disso, os especialistas consideram que a atividade de data manager será essencial para este movimento que já vem sendo chamado de web 3.0. Por fim, vale lembrar que será preciso contar com uma estrutura de rede bastante robusta para garantir uma experiência perfeita aos usuários.

 


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