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IA Agente no setor financeiro: o que é e como usar com segurança?
PorRTM
IA agente

As operações financeiras ficaram mais rápidas e expostas. Novas regras, Pix e Open Finance elevaram a exigência por validação em tempo real. As equipes lidam com alto volume de dados, integrações múltiplas e auditorias. Cada decisão precisa de evidência recuperável sem aumentar o atrito do dia a dia.

A IA Agente surge para executar tarefas em sistemas, com autonomia supervisionada e limites definidos. Registra o que fez, por que fez e quem validou. Conecta-se a APIs, respeita políticas de acesso e reduz retrabalho de evidência. O objetivo é ganhar previsibilidade sem abrir mão de segurança e conformidade.

Entenda o conceito, as aplicações prioritárias no setor financeiro e os pontos de atenção para operar com governança. Ao final, confira um caminho para adotar esta tecnologia com confiança e mensurar  resultados.

O que é IA Agente e como funciona

IA Agente é o termo usado para sistemas de IA com autonomia para decidir e executar tarefas em sequência. Ao invés de responder apenas a prompts, essa tecnologia observa eventos, interpreta o contexto, escolhe ações e interage com outros sistemas.

No setor financeiro, isso significa conectar IA ao core bancário, canais digitais, APIs de parceiros e serviços em nuvem, em ciclos contínuos de observação, decisão e ação.

O conceito já saiu do laboratório. O Gartner projeta que 33% das aplicações corporativas incluirão agentic AI até 2028, permitindo que 15% das decisões de trabalho sejam tomadas de forma autônoma. O ponto de partida em 2024 era inferior a 1%. O movimento já chega ao mercado financeiro por meio de projetos pilotos em atendimento, risco e operações.

Para a IA Agente ganhar tração, a base é a cloud governada. Provedores de nuvem especializados em infraestrutura para IA (como GPUaaS e plataformas de GenAI)”; nomes como CoreWeave e Lambda lideram esse movimento. 

Estimativas da Synergy Research indicam crescimento acelerado, podendo alcançar US$ 180 bilhões até 2030. 

Para quem já opera em nuvem — 77% das empresas brasileiras, de acordo com a TOTVS — isso acelera integrações via APIs, padroniza logs e facilita auditoria de agentes. Sem essa base, a autonomia tende a virar risco e retrabalho.

Aplicações de IA Agente no setor financeiro

O tema já não é tema abstrato para bancos, corretoras ou fintechs reguladas. O relatório Artificial intelligence in UK financial services 2024, do Bank of England mostra 75% das instituições usando IA hoje. Dentre os casos de uso, 41% aplicam IA para otimizar processos internos e 33% para detecção de fraudes. O avanço também toca open finance e DeFi com IA, onde a automação exige governança rígida.

A leitura aponta onde agentes autônomos ganham espaço: atendimento, risco, decisões de investimento e operações de backoffice, desde que a arquitetura em nuvem esteja governada.

Atendimento automatizado e suporte ao cliente

No atendimento, a diferença está na ação dentro dos sistemas. O agente consulta cadastros, ajusta limites, reenvia comprovantes e registra cada passo para auditoria.

A operação ocorre sobre APIs segmentadas, com escopos restritos e privilégios mínimos. Os fluxos devem seguir as normas de segurança do setor financeiro, garantindo trilhas e controles consistentes.

A mesma base técnica prepara o terreno para controles de risco, pois cada interação passa a produzir evidências verificáveis.

Em uma arquitetura em nuvem, agentes podem operar sobre APIs segmentadas, com escopos restritos, enquanto trilhas de auditoria ficam centralizadas em plataformas de observabilidade.

Monitoramento de riscos e fraudes

No risco, o agente correlaciona eventos em tempo real e produz dossiês completos para as equipes de compliance. A solução aplica autenticação adaptativa, bloqueios preventivos e verificações adicionais quando a confiança cai.

A decisão crítica dispara hand-off imediato para o analista responsável. A disciplina gerada aqui sustenta a etapa seguinte, em que decisões preditivas precisam de limites claros.

Análise preditiva e tomada de decisão autônoma

Em carteiras e tesouraria, o agente acompanha limites, roda cenários e sugere rebalanceamentos conforme políticas internas.

As execuções obedecem parâmetros pré-aprovados, com rate limiting e kill switch. Os logs preservam versões de modelos, variáveis influentes e justificativas. A rastreabilidade alimenta comitês e regula a cadência das operações de suporte.

Gestão automatizada de operações internas

Nas operações, o agente concilia dados entre legados e nuvem, abre e atualiza chamados e verifica aderência a procedimentos. A preparação de pacotes de evidência inclui fontes consultadas, horários e responsáveis.

As métricas acompanham tempo de resolução, custo por caso de reincidência. A redução de retrabalho emerge quando os fluxos têm escopos claros e integrações estáveis, fechando o ciclo com atendimento, risco e decisão conectados.

Pontos de atenção no uso de IA Agente

A adoção de IA Agente funciona quando a autonomia caminha com limites, telemetria e revisão humana. 

O relatório do FSB aponta riscos de opacidade, dependência de provedores e efeitos de contágio. No Brasil, a LGPD e a Resolução CMN 4.893/2021 definem balizas para desenho e operação. A meta é garantir previsibilidade técnica e evidências recuperáveis para auditoria.

Segurança e controle das decisões automatizadas

Níveis de autonomia, gatilhos de parada e reversão segura devem estar documentados. Planos executados precisam registrar fontes consultadas, ações tomadas e evidências em trilhas imutáveis. 

Segmentação de APIs, segregação de ambientes e continuidade reduzem o impacto de falhas,  alinhado à resolução do Bacen antifraude. Kill switch, rate limiting por credencial e fallback assistido aceleram a contenção.

Conformidade e responsabilidade regulatória

Decisões automatizadas devem ser auditáveis e passíveis de revisão humana, conforme o artigo 20 da LGPD. Políticas sobre terceiros, classificação de dados e continuidade sustentam a prestação de contas. A agenda regulatória do BCB vem incorporando estudos sobre riscos e impactos do uso da IA no sistema financeiro.

Afinal, evidências padronizadas e papéis claros facilitam a supervisão interna e a  interação com reguladores.

Transparência 

Operar IA Agente requer explicar o que foi feito e por que foi feito. O BIS/FSI recomenda expectativas de explicabilidade alinhadas à gestão de risco de modelos. Os relatórios devem apresentar razões verificáveis, variáveis influentes e políticas aplicadas.

Documentação de origem, qualidade, vieses e consentimentos reduz os riscos mapeados pelo FSB. Para dados sensíveis em execução, avalie a computação confidencial para proteger cargas de IA Agente.

Da automação à confiança: construindo um uso responsável da IA Agente

Vimos onde a IA Agente atua e quais cuidados evitam retrabalho. O próximo passo é operar com clareza de limites e papéis. Agora o foco é continuidade, previsibilidade e comunicação simples com quem decide.

O modelo operacional precisa dizer quem liga e desliga cada fluxo e quando isso acontece:

  • Definir limiares de confiança alinhados ao apetite de risco;
  • Revisões periódicas e critérios para promover ajustes;
  • Medir o impacto no cliente, custo por caso e tempo de resolução.

Governança anda com ética aplicada ao dia a dia do time. Documente a finalidade, bases legais e critérios de explicação aceitos pelo negócio. Prepare materiais padronizados para comitês e auditorias. Treine pessoas para interpretar justificativas e decidir com segurança.

A confiança nasce quando autonomia vira previsibilidade verificada. Os clientes percebem consistência nos atendimentos e menor atrito em incidentes. A diretoria enxerga indicadores comparáveis e decisões auditáveis. A regulação fica mais fluida quando evidências aparecem sem esforço extra.

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