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O que muda com o pagamento instantâneo do Banco Central?
PorRTM

pagamentos instantaneos do banco central

Uma das grandes novidades esperadas pelo setor financeiro no Brasil em 2020 é o início da implementação do ecossistema de pagamento instantâneo do Banco Central (BC).

Seguindo a tendência mundial, esta tecnologia permite realizar transferências monetárias eletrônicas por meio do smartphone, sem intermediários e de forma imediata, disponível 24×7. Ela será uma alternativa ao atual sistema de adquirência dos cartões e aos modelos de Transferência Eletrônica Disponível (TED) e Documento de Ordem de Crédito (DOC).

Além de agilizar as operações, proporcionando uma melhor experiência aos usuários, esta inovação deve estimular a competitividade do mercado. A seguir, vamos entender como funciona o pagamento instantâneo e quais os principais benefícios do novo sistema. 

O que muda com o pagamento instantâneo do Banco Central?

O BC é o responsável por desenvolver e administrar o sistema de pagamentos instantâneo brasileiro, que começará a ser testado e implementado a partir de fevereiro de 2020. O novo meio de pagamento será uma opção mais rápida, prática, barata e segura para os usuários, quando comparada aos sistemas de pagamentos atuais. Veja as diferenças a seguir.

TED e DOC

As principais ferramentas para transferências eletrônicas hoje são a TED e o DOC. Ambas são intermediadas pelos bancos e o valor é repassado indiretamente ao usuário pelo Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB).

Para realizar a transação, é necessário acessar um canal bancário, como caixa eletrônico ou aplicativo, e preencher uma série de dados: números do banco, agência e conta, nome completo e CPF do recebedor. A compensação ocorre no mesmo dia, desde que a transferência seja realizada dentro do expediente das instituições – das 6h30 às 17h, em dias úteis. Esses tipos de pagamentos estão sujeitos às taxas estabelecidas por cada banco, e por isso têm alto custo – uma TED, por exemplo, pode chegar a R$ 10,50.

Adquirência dos cartões

Outra forma de realizar pagamentos eletrônicos é por meio dos cartões de crédito ou débito, que atualmente funcionam pelo sistema de adquirência.

Os adquirentes, também conhecidos como credenciadores ou “maquininhas de cartão”, são responsáveis por processar essa modalidade de pagamento. Para isso, fazem a comunicação entre as bandeiras (que validam o limite de crédito com o banco) e os bancos (que realizam a operação).

A transação ocorre por meio da leitura do cartão do cliente na maquininha do estabelecimento, da confirmação por senha e do cruzamento de dados para aprovação. Embora esse processo leve apenas alguns segundos para ser finalizado, os estabelecimentos não recebem a compensação na hora – o prazo é de até 30 dias, variando de acordo com as regras de cada credenciadora, que decide quais serão as taxas cobradas pela antecipação.

A principal mudança provocada pelo pagamento instantâneo é que a transmissão das ordens de pagamento e a disponibilidade do valor para o recebedor ocorre em tempo real. Além disso, o serviço fica disponível 24h, todos os dias, independente do expediente das instituições. Ou seja: o pagamento ocorre de forma imediata. Confira abaixo como funciona essa tecnologia.

Como funciona o pagamento instantâneo?

A ideia é que os pagamentos instantâneos sejam tão simples e rápidos quanto um pagamento em espécie. Para isso, o BC oferecerá três formas de iniciar um pagamento utilizando smartphones:

  1. Chave ou apelido: semelhante a um login, esta chave pode ser uma informação como o telefone, o CPF/CNPJ ou o e-mail do usuário, por exemplo. Desta forma, não será necessário inserir tantas informações quanto em um TED ou DOC.
  2. QR-Code: O recebedor fornece um QR-Code, no qual estão contidas todas as informações necessárias para que o pagamento seja efetuado. Este código é único e segue um padrão, que pode ser lido por qualquer aparelho. Outra opção é que o pagador gere um QR-Code para ser lido pelo recebedor.
  3. Aproximação: usando a tecnologia Near-field Communication (NFC), na qual a transação é realizada apenas aproximando o smartphone.

Cada recebedor poderá escolher quais tipos de pagamento irá aceitar – todas elas são simples, práticas e rápidas. As transferências eletrônicas realizadas pelo sistema de pagamento instantâneo do Banco Central vão da conta do pagador direto para a conta do recebedor, sem intermediários. Logo, os custos dessas transações são menores do que os dos meios de pagamento atuais

O cronograma previsto pelo Bacen para o desenvolvimento e consolidação da tecnologia, é o seguinte:

Bloco 1 (11/2020)

Bloco 2 (2021)

Bloco 3 (2022)

Bloco 4 (2023

Inserção manual dos dados (com chave)

Pagamento por aproximação

Requisição de Pagamento

Pagamento com Documentos

QR Code Estático

QR Code Dinâmico

QR Code Pagador

Liquidação não prioritária (agendamento de PI)

Inserção manual dos dados (Modelo TED)

Quais os benefícios do pagamento instantâneo?

 

O pagamento instantâneo representa um avanço tecnológico importante e essencial, que traz benefícios para todos os envolvidos.

Usuários pagadores

Os usuários finais ganham pela agilidade para realizar o pagamento, sem necessidade de inserir vários dados e utilizar cartões, cheques ou dinheiro – tudo poderá ser feito pelo smartphone. Também será possível gerar os próprios códigos para fazer pagamentos. Além disso, o serviço será mais barato e seguro.

Estabelecimentos recebedores

Além da mesma praticidade dos usuários pagadores, os estabelecimentos terão a vantagem de não depender dos adquirentes para receber pagamentos. Isso significa uma economia com taxas de aluguel ou compra das maquininhas e das operações. Também não será necessário aguardar até 30 dias para ter o pagamento disponível na conta, facilitando o fluxo de caixa. Isso evita a necessidade de pagar taxas mais altas para a antecipação de recebíveis.

Inovação para o ecossistema financeiro

A implementação do sistema de pagamento instantâneo aumenta a competitividade do mercado, uma vez que oferece alternativas aos meios atuais e incentiva o surgimento e a oferta de serviços com maior qualidade e menor custo. Também adequa o ecossistema financeiro do Brasil à tendência mundial, o que pode atrair fintechs e big techs para o país. Além disso, abre espaço para a inovação e surgimento de novos modelos de negócio, aquecendo ainda mais o setor.

Assim, o pagamento instantâneo do Banco Central promete causar uma grande transformação no mercado, alinhada com a transformação digital que está em curso. 

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