A tecnologia blockchain tem sido uma das inovações mais disruptivas e promissoras dos últimos anos, com a capacidade de transformar muitos setores e revolucionar a forma como as transações são realizadas.
Embora geralmente associada às criptomoedas, a blockchain tem muitas outras aplicações em áreas das próprias finanças e também outras como saúde, energia, logística e muito mais.
Existem vários tipos de blockchain, cada um com suas próprias características e aplicações.
Mas o que cada uma delas significa? A seguir, vamos falar sobre elas, suas diferenças e quais cuidados as instituições financeiras devem tomar.
Os tipos de blockchain existentes
Como o próprio nome diz, a blockchain é uma cadeia de blocos de dados interligados que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa.
Atualmente, existem quatro tipos dessa tecnologia: pública, privada, consórcio e híbrida. Cada tipo apresenta características que o torna mais indicado para um tipo de processo específico. Vamos entender melhor a seguir cada uma delas:
Blockchain pública
A blockchain pública é uma rede descentralizada e aberta na qual qualquer pessoa pode participar, sem a necessidade de permissão ou autorização prévia.
Cada participante tem uma cópia completa do registro de transações, e a validação das transações é feita por meio de um consenso distribuído. O Bitcoin e o Ethereum são exemplos de blockchain público para a transferência de criptomoedas.
O lado positivo é que a blockchain pública é altamente descentralizada e transparente, com segurança aprimorada por meio do consenso distribuído.
No entanto, o desempenho da blockchain pública é limitado justamente devido à necessidade de validação de consenso distribuído.
Blockchain privada
A blockchain privada é uma rede fechada e controlada por uma única entidade. O acesso ao registro de transações se restringe, e a validação das transações é feita por meio de uma autoridade central.
A blockchain privada é mais recomendada para o controle de processos internos, com uso limitado para transações externas. Exemplos de blockchain privada incluem o Corda e o Hyperledger Fabric.
Essa tecnologia pode ser usada por bancos e outras instituições financeiras para gerenciamento de transações e processos internos, inclusive, é um dos benefícios do open finance.
Entre as vantagens está o fato de que a blockchain privada é altamente segura e escalável, com desempenho aprimorado em comparação com a blockchain pública. A privacidade e a governança são controladas pelo proprietário da rede.
Por outro lado, a centralização pode comprometer a transparência e a segurança do sistema. Ainda, a manutenção da blockchain privada pode ser custosa e complexa.
Blockchain consórcio
A blockchain consórcio é uma rede privada controlada por organizações autorizadas, em que as transações são validadas por meio de um consenso distribuído entre os membros da rede.
É adequada para setores em que várias organizações precisam colaborar em um processo de negócios, como o setor de seguros. Alguns exemplos de blockchain consórcio incluem o R3 Corda e o IBM Blockchain Platform.
Esse tipo de blockchain permite que várias organizações trabalhem juntas em uma rede privada segura e confiável, com maior transparência e eficiência nos processos de negócios compartilhados.
Contudo, o controle compartilhado pode levar a um processo de tomada de decisão mais complexo, e a necessidade de validação de consenso distribuído pode reduzir a velocidade e a eficiência do processo.
Blockchain híbrida
A blockchain híbrida combina elementos da blockchain pública e da privada. Ela permite que diferentes partes da rede tenham diferentes níveis de acesso e controle.
Ou seja, transações são validadas por meio de um consenso distribuído em parte da rede e por meio de uma autoridade central em outra parte. Exemplos de blockchain híbrida incluem o Dragonchain e o Quorum.
Empresas de comércio eletrônico podem se beneficiar bastante com ela no gerenciamento de pagamentos, com a validação das transações.
Algumas vantagens envolvem a blockchain híbrida oferecer a flexibilidade e a escalabilidade da privada, combinado com a transparência e a segurança da blockchain pública. Além disso, pode ser adaptada para atender às necessidades específicas de diferentes aplicativos.
Em compensação, a nível de complexidade da blockchain híbrida pode dificultar sua implementação e manutenção.
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Quais são as diferenças entre blockchain pública, privada, consórcio e híbrida? Quais cuidados tomar?
Cada tipo de blockchain tem suas características e peculiaridades, que precisam ser compreendidas antes de escolher a solução mais adequada para cada caso. As principais diferenças entre blockchain pública, privada, consórcio e híbrida são:
- Acesso: a blockchain pública é aberta e acessível a todos, enquanto a privada está sob uma única organização ou grupo. O tipo consórcio tem controle de várias organizações autorizadas, e a híbrida combina aspectos de blockchain pública e privada em uma única solução;
- Consenso: a blockchain pública usa um consenso distribuído para validar transações, enquanto a privada e consórcio utilizam um consenso entre os participantes da rede. A híbrida pode usar ambos os métodos de validação;
- Segurança e privacidade: a blockchain pública é a mais segura e transparente, enquanto a privada é mais segura e privada. A blockchain consórcio e híbrida são soluções intermediárias.
Algumas medidas de segurança e privacidade que as instituições financeiras devem tomar incluem:
- Criptografar as transações e dados sensíveis.
- Limitar o acesso e controle da rede a um grupo selecionado de participantes confiáveis.
- Implementar medidas de proteção contra ataques cibernéticos e fraudes;
- Garantir a conformidade com as regulamentações de privacidade e proteção de dados.
Com esses cuidados, as instituições financeiras podem aproveitar ao máximo os benefícios da tecnologia blockchain para aumentar a eficiência, transparência e segurança em seus processos de negócios.
O uso de blockchain pelo setor financeiro é uma das inovações pelas quais o mercado de meios de pagamentos está passando.
No entanto, essa não é a única. É preciso ficar atento a elas para não perder oportunidades de negócio. Acompanhe a evolução meios de pagamento!