Artigo assinado por Aloísio Mota, gerente de Negócios da RTM
A indústria brasileira de fundos de investimento segue em crescimento acelerado, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Até setembro de 2021, o patrimônio líquido somava R$ 6,84 trilhões, com aproximadamente 25 mil fundos, um aumento superior a 149% nos últimos 10 anos, e mais de 29 milhões de contas. Com a perspectiva para esse segmento continuar se desenvolvendo, surge a necessidade para que a comunicação, até agora feita por meio de operações manuais ou pouco automatizadas, ganhe um novo elemento para mediação.
Atualmente, boa parte dos processos ainda é realizada de forma pouco eficiente, utilizando ferramentas como e-mail e telefone, sem padronização dos dados que são trocados entre os players. O resultado é um grande gargalo operacional e dificuldades para o acompanhamento dos status das operações, portabilidade de investimentos e cadastro de novos clientes. O contexto dificulta a movimentação dos fundos ao longo do dia, enquanto os investidores demandam mais agilidade.
Atender essa necessidade é um dos desafios a serem vencidos com ajuda da tecnologia. Neste ano foi lançada uma plataforma que torna mais ágil e eficiente a comunicação entre os gestores, custodiantes, administradores e distribuidores de fundos de investimentos. A integralização das cotas passa por uma plataforma de API (sigla em inglês para Interface de Programação de Aplicações), mesma tecnologia utilizada para o Open Banking. A solução RTM Hub Fundos é a primeira do país a focar especificamente em integrar e agregar transparência na troca de informações das instituições, eliminando o gargalo operacional dessas transações por meio da padronização dos dados. A comunicação ocorre em tempo real, o que muda o patamar da tecnologia utilizada na indústria de fundos no Brasil, e as instituições não precisam se preocupar em adaptar seus sistemas, já que a própria plataforma realiza a conversão dos layouts das mensagens.
Com o avanço tecnológico, o crescimento dos bancos digitais e as plataformas de investimentos, as instituições estão diversificando seus produtos, permitindo que um investidor aplique em produtos de vários gestores de recursos ou transfira de uma instituição para outra. Para que seja possível efetivar esses processos com eficiência e proporcionar uma experiência agradável ao cliente, não há outro caminho além de melhorar a infraestrutura de comunicação.
Além disso, a tecnologia torna mais acessível a entrada de novas instituições no segmento. Elas costumam encontrar desafios de infraestrutura para se comunicar com os demais players, que muitas vezes possuem sistemas próprios, e não têm tanto capital disponível quanto as empresas já consolidadas. A possibilidade de gestoras menores, por exemplo, acessarem a plataforma diretamente, sem precisar desenvolver aplicação própria, reduz os custos operacionais e torna o mercado mais competitivo.
Uma das prioridades das instituições do setor financeiro é a segurança e, quando se trata da indústria de fundos, não é diferente. Assim como em diversas soluções voltadas para comunicação de dados críticos, a criptografia ponta-a-ponta garante que as informações fiquem protegidas e sejam reveladas somente ao destinatário.
É fato que o mercado financeiro está passando por profunda transformação digital e demanda de forma crescente soluções que facilitem as trocas de informação, de forma segura. Caminhamos na direção de processos automatizados e padronizados, que permitirão mais eficiência e transparência entre as partes envolvidas, a fim de que investir se torne cada vez mais acessível.
