Por Marcio Castro, CEO da RTM
A tokenização é o processo de conversão de um ativo em uma representação digital que pode ser registrada, negociada e liquidada em uma rede blockchain. Essa tecnologia permite, por exemplo, que ativos tradicionais, como imóveis, valores mobiliários, commodities e outros, sejam convertidos em tokens que podem ser negociados com facilidade, segurança e transparência, sem intermediários. Hoje, existem três tipos de tokens: os RWA (Real World Assets), que representam um bem do mundo real em um ou mais tokens; os tokens que replicam um ativo do mercado financeiro no meio digital; e aqueles que já são emitidos digitalmente.
Há algumas infraestruturas que poderiam facilitar a implementação e gerenciamento dessa tecnologia no Brasil. No entanto, a falta de identificadores para tokens digitais, por exemplo, é um desafio para a evolução da tokenização no mercado. Um parâmetro que pode ser seguido é o da ISO 24165, uma norma internacional que define o DTI (Digital Token Identifier), um identificador universal que ajuda a garantir um reconhecimento único para os tokens em diferentes sistemas.
A ISO 24165 pode jogar um pouco de luz nesta questão, possibilitando uma forma de reconhecer os dados com os quais estamos lidando. Quando falamos em tokenização, estamos a um passo de internacionalizar e precisamos pensar na identificação dos participantes.
Sabemos que projetos de tecnologia são caros, especialmente os de blockchain. Mas a tokenização é um caminho sem volta e só conseguiremos evoluir quando conseguirmos integrar a regulação com as necessidades dos negócios e a própria tecnologia.
Hoje, podemos dizer que as normas referentes à tokenização aqui no país estão em fase de estudo, mas já temos tokens sendo distribuídos e negociados no Brasil, o que reforça a urgência por medidas que garantam transações mais seguras, transparentes e em conformidade com regulamentos já existentes no setor.
Processos de inovação acontecem com alguma frequência no mercado financeiro e é preciso estar preparado para atender às novas necessidades. Por isso, desenvolvemos uma solução Blockchain as a Service (BaaS) para facilitar o acesso de instituições de qualquer porte a redes de blockchain de forma simples e eficiente.
O Blockchain as a Service permite realizar operações com ativos tokenizados em uma plataforma já pronta, eliminando a necessidade de configurar ou manter uma infraestrutura própria de blockchain, que pode ser cara e complexa. É uma solução em nuvem que possibilita que usuários criem, hospedem ou gerenciem aplicações com tokens.
A tokenização com certeza estará no futuro da economia brasileira e acreditamos que disponibilizar tecnologias que democratizam o acesso a esses recursos, independente de porte, é o caminho para que este mercado ganhe escala, ao lado de uma forte regulamentação.