A disputa pelo leilão para ocupar a nova frequência celular a ser aberta, o 5G, já tem sido chamada de guerra fria no século XXI. No centro da competição, estão Estados Unidos e China — o primeiro representado por diversas empresas, como Nokia e Samsung, e a segunda pela Huawei. O Brasil é um dos mercados disputados pelos dois grupos.
O 5G é uma nova geração de internet móvel que promete trazer mudanças significativas para a sociedade. A rede, 100 vezes mais rápida que a antecessora 5G, aumenta as possibilidades da internet e representa um grande avanço em termos de transformação digital.
Neste artigo, entenda a disputa em torno do 5G, as possibilidades trazidas pela rede e os desafios para a sua introdução.
A disputa em torno do 5G no Brasil e no mundo
As gerações anteriores das redes móveis transformaram o mundo. O 3G, que se expandiu no Brasil em 2007, permitiu usar celulares com velocidade parecida com a da banda larga utilizada nos computadores. Já o 4G veio em 2012 e melhorou a velocidade de seu antecessor em até 100 vezes, consolidando o celular como muito mais do que um dispositivo para fazer ligações.
Agora, com o 5G, a possibilidade é ir além do smartphone, mantendo outros objetos conectados, como TV, carro, máquina de lavar.
“Diferentemente das outras gerações, que focavam na capacidade, o 5G é uma plataforma, onde o acesso móvel não é a única coisa que o ecossistema proporciona”, explica o diretor de inovação tecnológica da Claro, Luiz Fernando de Castro Bourdot, ao ConectaCast, podcast sobre tecnologia, conectividade e inovação da RTM.
No Brasil, serão leiloados cinco blocos de frequência para que empresas de telecomunicações possam operar o 5G. Os Estados Unidos vetaram a participação da empresa chinesa no mercado local. Para isso, o país alegou que a Huawei não garante a segurança dos equipamentos.
Outros países alinhados aos Estados Unidos, como o Brasil, podem acabar fazendo o mesmo. Mas também não há garantia de que as empresas apoiadas pelos norte-americanos sejam 100% seguras.
As principais transformações trazidas pelo 5G
Redução da latência
A latência é a velocidade com que uma informação é acessada no servidor e volta para o usuário. No 3G, o tempo de resposta era de 100 milissegundos. Já no 4G, é de 30 milissegundos. O 5G, por sua vez, deve reduzi-la consideravelmente, para 1 milisegundo. Isso quer dizer que a resposta será praticamente instantânea em dispositivos que usarem 5G.
Viabilização da Internet das Coisas
O uso de objetos conectados à internet, ao que se chama Internet das Coisas, já é uma realidade. Mas irá ainda mais além com o 5G.
Atualmente, os dispositivos conectados ainda dependem de computação integrada e dados armazenados. Isso porque as redes disponíveis atualmente não têm processamento rápido suficiente para que os aplicativos funcionem da maneira ideal. Com o 5G, no entanto, carros sem motorista e outros objetos conectados devem fazer parte do cotidiano.
Telemedicina
Outra possibilidade do 5G é o incremento da telemedicina. Uma das possibilidades da transformação digital na saúde é a realização de telecirurgias, cirurgias à distância feitas com o auxílio de robôs. Com uma internet de altíssima velocidade, isso se torna possível em mais países.
Desafios para a introdução do 5G
Além dessa disputa entre Estados Unidos e China, há ainda outros desafios para a implementação do 5G no Brasil e no mundo.
Os problemas que já existem hoje no 4G vão ser potencializados na introdução do 5G, pois há a necessidade de ter mais antenas e uma malha maior de fibra ótica, conectando-as. Por outro lado, tudo que se faz hoje pelo 4G vai facilitar a adoção do 5G.
No Brasil, a previsão é de que, por conta da pandemia do novo coronavírus, o leilão ocorra só em 2021.
Este texto foi escrito e produzido pelo time da Distrito, que conta com a parceria da RTM.