O perfil do investidor brasileiro está mudando cada vez mais rápido. O “8º Raio X do Investidor Brasileiro”, divulgado em 2025 pela ANBIMA, revela um cenário estável na intenção de investir, aumento da participação feminina em 2025 e digitalização das decisões financeiras.
Ao mesmo tempo, mais da metade da população adulta do país ainda não investe, o que mostra um mercado em expansão e cheio de desafios.
Neste artigo, confira os dados mais relevantes da pesquisa e as tendências que instituições financeiras devem observar para se conectar a esse novo perfil de investidor!
Investidor brasileiro: 8° Raio X da ANBIMA
O total da população brasileira é de 160 milhões. E, segundo o 8° Raio X da ANBIMA, apenas 37% investe, ou seja, 59 milhões de pessoas. Dos 101,4 milhões que ainda não investem, 18 milhões indicam intenção de começar a investir, com a migração de suas economias para o mercado financeiro.
A segurança financeira é a principal vantagem percebida ao investir, tanto dentre pessoas que já são investidoras e por aquelas que ainda não começaram.
Os produtos mais buscados pelos investidores são:
- Poupança: 23%;
- Títulos privados: 6%;
- Fundos de investimento: 5%;
- Moedas digitais: 4%.
A compra de imóveis, segundo a pesquisa, é o principal destino para o retorno dos investimentos (31%). Em segundo lugar, 19% afirmam que manterão os recursos aplicados. Ainda, 1 em cada 10 pessoas investidoras aplica recursos com foco na aposentadoria.
Na análise por faixas etárias, a geração X (entre 44 a 63 anos em 2024) e os millennials (entre 29 a 43 anos em 2024) são os que mais se preocupam em usar o dinheiro investido na velhice.
“Quem já tem a experiência de investir reconhece no retorno dos produtos financeiros uma proteção para o seu patrimônio. Esse é um fator que está diretamente relacionado à sensação de segurança que os investimentos podem proporcionar”, afirma Marcelo Billi, nosso superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação.
Quem são os investidores brasileiros?
O perfil atual revela maior diversidade:
- Gênero: cerca de 33% das mulheres brasileiras (27 milhões) são investidoras, enquanto 41% dos homens investem, o que corresponde a 31,2 milhões de pessoas;
- Idade: a média de idade dos investidores é de 43 anos;
- Escolaridade: 42% tem ensino médio e 35% têm ensino superior;
- Renda: 46% dos investidores são da classe C e 38% da classe A/B, enquanto 16% são da classe D/E.
Onde se concentram os investidores brasileiros?
Conforme a 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, o investidor típico hoje pertence à classe C, com renda familiar média em torno de R$ 6,3 mil mensais, possui ensino médio completo e reside majoritariamente na região Sudeste.
O Sudeste compreende 51% dos investidores, seguido do Nordeste, com 20% e o Sul, com 15%. O Centro-Oeste conta com 8% dos investidores e, por fim, o Norte com 6%.
Outro ponto é o meio que acontecem os investimentos: os aplicativos de bancos são o principal ambiente para as pessoas investirem. Em 2024, eles foram a primeira escolha de 49% dos entrevistados.
O que os brasileiros estão buscando ao investir?
A pesquisa mostra um movimento de construção financeira, com foco em metas como:
- Segurança financeira – apontada por 43% dos investidores e 35% da população em geral como a principal vantagem de investir;
- Retorno financeiro – motivação de 30% dos investidores e 25% da população em geral;
- Compra de imóveis – destino desejado por 31% dos investidores, especialmente nas classes C e D/E;
- Aposentadoria – meta para 11% dos investidores; sobe para 15% entre a classe A/B.
Um movimento importante pode ser identificado ao longo dos últimos anos: a queda nos percentuais de quem não identifica vantagens ao investir.
Considerando apenas quem investe, o volume caiu de 8%, em 2021, para 5%, em 2024. Ao avaliar a população em geral na mesma base de comparação, o recuo foi de 14% para 11%.
Tendências para o investidor brasileiro em 2025
Os dados apontam tendências claras:
- Digitalização do relacionamento com instituições (inclusive via redes sociais e Open Finance);
- Interesse em produtos focados em retorno, como moedas estrangeiras (68%), ações (59%), títulos públicos (50%), moedas digitais (51%);
- Aumento do protagonismo feminino: 50% das mulheres que não investiram em 2024 pretendem começar em 2025;
- Adoção gradual de ferramentas do Open Finance, inclusive para agregação e comparação de produtos.
Como as instituições devem responder a esse novo perfil?
Para acompanhar esse movimento, as instituições financeiras precisam mais do que bons produtos. São importantes:
- Jornadas digitais intuitivas: processos simples, com menos etapas e linguagem acessível, para que investir seja tão fácil quanto usar qualquer app cotidiano;
- Conteúdo educativo acessível: materiais em formato de vídeo, artigos curtos e simuladores que ajudem o investidor a entender produtos e tomar decisões seguras;
- Segmentação e personalização com base em dados: uso de analytics e inteligência artificial para recomendar produtos adequados ao perfil, histórico e objetivos de cada cliente;
- Infraestrutura segura e interoperável com o Open Finance: sistemas que garantem proteção de dados e, ao mesmo tempo, integração fluida entre diferentes serviços financeiros, dando ao investidor mais controle e confiança.
A confiança do investidor é conquistada com transparência, simplicidade e proximidade. O futuro do mercado de capitais depende da capacidade das instituições em traduzir dados e tecnologia em valor real para pessoas reais.
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