A RTM realizou ontem (26/08) mais uma live do ConecTalks com especialistas do setor financeiro. Desta vez, o tema foi ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), uma sigla que vem ganhando força dentro do mercado de fundos e em empresas que participam da Bolsa de Valores.
A crise gerada pela pandemia no último ano abriu os olhos de muitas companhias para os riscos que grandes impactos ao meio ambiente e à sociedade podem trazer aos negócios. E, por isso, hoje, a adoção de práticas ESG se tornou vital para a sobrevivência tanto das empresas quanto das futuras gerações.
Para falar sobre o assunto, convidamos Cesar Sanches, superintendente de Sustentabilidade da B3, Juliana Agostino, especialista em Finanças Sustentáveis da ANBIMA, Marta Pinheiro, diretora ESG na XP Inc., e Mauricio Rodrigues, CEO da Openbox.ai. Eles trouxeram informações sobre as iniciativas relacionadas a ESG que estão sendo realizadas dentro de cada instituição e tiraram dúvidas sobre a aplicação destas práticas.
No início da live, Juliana explicou que a ANBIMA, desde o final de 2020, vem realizando um trabalho para a criação de uma nova classificação específica para fundos ESG. “Nós temos uma categoria específica sobre sustentabilidade e governança para fundos de ações que foi criada em 2008, mas recentemente reparamos que há uma gama muito maior de fundos que se enquadram em ESG e que não estão lá. Então, decidimos mapear quais requisitos devem ser atendidos para um fundo se identificar como ESG e vamos lançar essa nova identificação ainda no início de 2022”, disse.
Em seguida, Sanches falou sobre o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, que passou por uma revisão recente e tem o objetivo de induzir as melhores práticas ESG ao mercado. “Estamos utilizando uma metodologia super consistente no ISE, com um questionário capaz de oferecer uma série de dados importantes, algo essencial ao ESG. É preciso ter dados confiáveis que possam ser utilizados nas tomadas de decisão. E queremos ajudar a trazer mais capital ao ESG, fazendo investidores identificarem as oportunidades a partir destes dados”, ressaltou César.
Do ponto de vista da XP, investimentos que não consideram o ESG hoje em dia podem estar deixando de realizar uma análise importante sobre seus negócios, ficando em desvantagem competitiva. “As novas gerações estão vindo com valores diferentes da atual e precisamos entender o que eles querem de produtos e serviços, o que consideram neste processo. Além disso, é importante atrairmos estes novos talentos nas empresas. A gente precisa assumir este protagonismo para gerarmos um impacto cada vez mais positivo”, disse Marta.
Já Rodrigues destacou a iniciativa da Openbox.ai em desenvolver um índice de aplicações sustentáveis para as pequenas e médias empresas. “Quando participamos do LIFT Lab, percebemos que os empresários das PMEs não se sentiam parte deste movimento ESG. As pequenas e médias empresas representam hoje mais de 90% do cenário, então a grande transformação está aí. Por isso, decidimos criar este índice como uma forma de qualificação destas empresas e de mostrar o impacto que as ações sustentáveis podem ter em seus negócios e na sociedade”, explicou Maurício.