Inteligência artificial e Open Finance na inovação do mercado financeiro foi o tema principal de um dos painéis do Rio Innovation Week 2024, conferência global de tecnologia e inovação, com a participação do CEO da RTM, Marcio Castro. Ao lado de Deric Ferreira, CEO da BDM (Big Data Mining), Raquel Possamai, diretora executiva da Embratel, e Eduardo Prillwitz, CEO da Prill Tecnologia, Marcio debateu o papel do Banco Central do Brasil como promotor de grandes inovações recentes do setor financeiro e os benefícios do universo ‘open’, que pode usufruir da IA para análise de dados e personalização de serviços.
Ele abriu a conversa pontuando a competência do Banco Central ao criar três pilares fundamentais para a inovação. “O primeiro foi o Pix, que teve enorme sucesso, no qual a RTM fornece a infraestrutura básica. O segundo foi a criação do Open Finance, Open Insurance e o Open Gateway, ambientes para o compartilhamento de dados de forma padronizada e segura por meio de APIs, e por último, o Drex”, comentou.
O CEO da RTM ainda aproveitou para introduzir a relação da inteligência artificial com este universo, pois ela se torna essencial a partir do momento que é preciso analisar os dados coletados. “Costumo dizer sempre que tudo que é open, é 70% segurança, 20% integração ou API e 10% dado. O dado é o que todo mundo quer no final, mas para chegar nele é preciso ferramentas de analytics e a IA é a tecnologia mais avançada para isso”, concluiu.
Deric, da BDM, endossou a opinião de Marcio destacando a possibilidade de personalização que a IA pode trazer neste processo. “A aplicação da IA no contexto open chegou para ajudar na recomendação inteligente de produtos e serviços, olhando para o momento do cliente. Não dá para dizer que a forma de falar com a Maria, de 70 anos, é igual à da Ana, que está no primeiro ano da faculdade. É preciso personificar a comunicação, ver quem está ali do outro lado para ajustar o tom, a mensagem e até o canal”, comentou.
“É um caminho sem volta, onde os bancos estão olhando como uma tendência forte”, completou Marcio. “A hiperpersonalização consegue interpretar o momento da vida da pessoa e oferecer, a partir disso, produtos que sejam adequados, que vão ajudar. Nada melhor que usar o máximo de analytics para chegar nesse ponto”.
Raquel, da Embratel, também ressaltou a inteligência do Banco Central nos últimos anos ao promover inovações que mudaram o mercado financeiro. “O Bacen foi muito sábio ao criar um novo momento para o Brasil. Hoje temos uma competitividade muito maior e mais inclusão. O Open Finance promove isso”, disse. “Por semana, temos mais de um bilhão de consultas de APIs que estão no mercado. Imagina a quantidade de produtos e serviços melhores e personificados que podem ser construídos. Isso pode melhorar nossa experiência como cliente”.
Eduardo, da Prill Tecnologia, relembrou que a primeira disrupção do setor financeiro foi a padronização da troca de informações entre instituições financeiras, facilitando a comunicação. “Em nossas primeiras experiências, não existia nenhum tipo de padronização. Fazer a sincronização de diferentes padrões e linguagens custava caro. Quando o regulador entrou neste processo, facilitou muito a troca de informações, e a primeira vantagem que começamos a ver é a possibilidade do cliente tomar melhores decisões”, afirmou.
O Rio Innovation Week 2024 se destaca não apenas pelos negócios gerados, mas também pelas discussões e pelo impacto que nas áreas de tecnologia, saúde, inclusão e sustentabilidade.