Desde que as plataformas de investimento se consolidaram, a compra de fundos de outras instituições ou gestores diferentes ficou facilitada. Isso, unido ao momento econômico, levou o mercado de operações de conta e ordem, assim como toda indústria de fundos, a uma franca evolução.
Só para compra e ordem, em junho de 2021, eram 5,35 milhões de cotistas para 3.605 fundos, em um valor de R$ 287,9 milhões, crescimento que vem há 10 anos em uma constante.
Com o crescimento, no entanto, vem a complexidade. E então, se questões que em uma indústria pequena incomodavam pouco, em um mercado maior tornam-se verdadeiramente incômodas, com impactos em riscos, oportunidades e atendimento aos investidores.
É o que vem acontecendo no mercado de operações de conta e ordem. Os problemas se tornaram gargalos operacionais e têm criado dificuldades para o fluxo de comunicação entre os vários players.
E as dores do crescimento vêm aumentando. Quais são os gargalos mais urgentes do segmento e como solucioná-los? Veja neste artigo.
Quais são os principais gargalos operacionais em operações de conta e ordem?
Os principais gargalos operacionais nas operações de conta e ordem têm a ver com a comunicação, a manualidade dos processos e a morosidade sobre a indústria.
Entre distribuidores, gestores, custodiantes e administradores, cada um sente de maneira distinta os problemas. Dentre as principais, citamos:
Portabilidade
Com a opção por vários players, a concorrência naturalmente leva os clientes a trocar de distribuidores. Embora haja a portabilidade, o fluxo é demorado e, nesse processo, o principal prejudicado é o investidor.
Falta de padronização na comunicação
Há muitos players no mercado de operações de conta e ordem — gestores, custodiadores, administradores e distribuidores. Cada um fala uma língua, por meio de um canal diferente. Com isso, a troca de informação não segue um processo único para todas as comunicações.
Se um distribuidor oferece fundos de três instituições, por exemplo, terá um fluxo de comunicação diferente com cada uma das instituições, com diferentes layouts. Estabelecida bilateralmente, a troca de informação não segue um padrão.
Perda da janela de movimentação e liquidação
Há no mercado de operações com conta e ordem pouca margem para flexibilizar a movimentação de fundos, cuja janela termina entre 12 horas e 14 horas. Por mais preparada que seja uma operação, é comum, em virtude de outros gargalos operacionais, a perda dessa janela de movimento e liquidação. Com isso, a indústria perde, junto com o investidor.
Dificuldade de acompanhar operações consolidadas de fundos com administradores distintos
Como os administradores mandam as informações sobre o volume de aplicações e resgates ao longo do dia, em lotes, o gestor tem um delay considerável no acompanhamento dessas informações. Com esse atraso, a compra de ativos para rentabilizar sua carteira do fundo fica atrasada, e a gestão do caixa é feita com tempo bem restrito.
Como solucionar gargalos em operações de conta e ordem?
Não é de hoje que se fala em criar uma plataforma para conectar, padronizar e, tanto quanto possível, automatizar a comunicação entre os vários players envolvidos em operações de conta e ordem.
Inclusive, as instituições buscam ativamente esse caminho. Porém, em virtude de sua posição na indústria, a amplitude do impacto que elas podem alcançar fica limitado a acordos bilaterais ou trilaterais.
É possível fazer mais para solucionar os gargalos em operações de conta e ordem. A solução passa pela adição de um intermediário neutro e de confiança, com um sistema dedicado. Um player na posição para agenciar o mercado como um todo, inclusive acompanhando os movimentos do open finance.
RTM: um hub para conectar players nas operações de fundos por conta e ordem
A RTM caminha para se tornar o intermediário neutro que vai articular os players do segmento em uma linguagem comum por meio de uma plataforma completa. Assim, a empresa evolui para padronizar a indústria de fundos, tornando a comunicação entre seus vários players mais eficiente e automatizada, consolidando a transformação digital nessa indústria.
Para a operação, a plataforma oferece informação em tempo real e online, garantindo a atualização dos players e a tomada de ação imediata, como exige o mercado de fundos. Com isso, também facilita a portabilidade.
Prevista para ter sua primeira versão lançada em fevereiro de 2022, a plataforma adota padrão ISO 20022 para comunicação e uma abordagem API centric para se integrar aos players. Para facilitar e acelerar a integração, aceitará layouts existentes já usados pelas instituições, diminuindo o impacto sobre operações. O sistema também adotará criptografia e anonimização, garantindo a segurança da informação bem como adequação à LGPD. Além disso, estará pronto para o open finance.
A solução é a primeira do país a focar na integração dos players para uma troca de informações mais simples e rápida, eliminando, com isso, os inúmeros gargalos operacionais ligados às operações.