O uso de cloud já não é mais novidade no mercado financeiro. Encabeçado pelas fintechs, que praticamente nascem na nuvem, o movimento chegou às instituições mais tradicionais após elas entenderem a importância de se ter mais agilidade para escalar recursos computacionais. Mas ainda hoje, há muitos receios quanto ao processo de migração e a segurança deste modelo de infraestrutura.
Por isso, a RTM convidou especialistas para debaterem ao vivo, em uma live realizada no YouTube, os principais mitos e verdades sobre o uso da nuvem dentro do segmento financeiro. Participaram deste papo Alex Moraes, gerente de Arquitetura de Soluções da Red Hat, Diego Oliveira, engenheiro de Arquiteturas e Inovação da Fortinet, Luis Henrique Guimarães, gerente de Infraestrutura e Segurança da Informação da sim;paul, e Alexandre Daltro, arquiteto de Soluções da RTM.
Uma das principais dificuldades na migração do on-premise para a cloud é lidar com o legado dos sistemas. Para Moraes, da Red Hat, é importante adaptar processos internos para poder utilizar a nuvem e ser ágil. “Não adianta ir para a nuvem se teus processos são mais físicos. Para quem já tinha tudo montado, é difícil reescrever e migrar. E no setor financeiro, a complexidade é enorme”. Mas também destaca que a agilidade que a cloud proporciona é uma vantagem. “Se você tem uma estrutura de negócio que precisa aproveitar o momento, com rapidez, não vai conseguir montar uma infra física a tempo de colocar para rodar. Esse é o principal benefício da nuvem”.
Diego Oliveira, da Fortinet, falou sobre as preocupações necessárias ao realizar a migração. “Nessa fase de migração, a cloud é segura, mas ao mesmo tempo não é. Você tem que estar na cloud com o mesmo modelo de compliance de antes, fazer o ‘De-Para’, ter isso bem desenhado antes de ir. A segurança tem que se manter no mesmo padrão. Não é porque você está terceirizando que não vai ter esta preocupação”, disse. Ele afirmou que para as instituições manterem o padrão de segurança exigido, é necessário ter uma mudança de mindset. “É preciso entender como a cloud funciona de fato. Muitos problemas de segurança acontecem por uma programação equivocada, falta de conhecimento”.
Já Guimarães, da sim;paul, contou um pouco da experiência que a empresa viveu quando adquiriu recentemente uma corretora e precisou adaptar processos para a nuvem. “Na sim;paul, somos 100% digital, na nuvem. Por isso, quando adquirimos uma corretora mais tradicional, tivemos um choque muito grande. Montar times, pegar processos de negócios e mesclá-los com a tecnologia está sendo um grande desafio”. Ele também citou os perigos de migrar sem conhecimento adequado. “Não basta apenas levar o sistema construído em uma arquitetura de 20 anos atrás e colocar na nuvem. Você vai levar toda a fragilidade daquele processo. É preciso estudar, mapear, utilizando recursos que a própria nuvem oferece para migrar de forma gradativa”.
Para Daltro, da RTM, a nuvem facilitou a entrada de novas empresas no mercado. “Tem empresa que não tem data center e ter que se preocupar com isso, a faria perder agilidade. A tecnologia tem que ser um suporte e a cloud proporciona menos desafios para entrar no mercado”. Sobre a questão de redução de custos, ele fez coro aos colegas em conhecer bem o funcionamento deste modelo de armazenamento de dados para conseguir sentir uma economia. “Na nuvem, tudo que se faz, paga. Não adianta achar que vai ter redução de custos se as suas arquiteturas não foram desenhadas para rodar em cloud”, completou.
Confira como foi o papo completo.