Em junho, a RTM anunciou o lançamento de uma solução BaaS – Blockchain as a Service para facilitar operações com ativos tokenizados. A plataforma back-end, desenvolvida em parceria com a startup BBChain, está hospedada em um ambiente neutro, seguro e com recursos de governança, e consegue operar em três tipos de redes: R3 Corda, Hyperledge Besu e Hyperledge Fabric.
Marcio Castro, CEO da RTM, falou em entrevista sobre os benefícios da nova tecnologia para o mercado, que garante o acesso de instituições de todos os portes ao universo da tokenização, com escala, automação e segurança. Confira a seguir.
O que é o Blockchain as a Service e como ele pode ser útil às instituições financeiras?
O Blockchain as a Service é a solução ideal para as instituições financeiras que não tem recursos suficientes ou até mesmo expertise para configurar ou manter uma infraestrutura própria de blockchain, que pode ser cara e complexa. É uma plataforma em nuvem que permite que usuários criem, hospedem ou gerenciem aplicações de blockchain, como ativos tokenizados, sem se preocupar com a parte técnica. Essa tecnologia permite que instituições de todos os portes possam entrar no universo da tokenização com escala, automação e segurança.
Por que a RTM decidiu oferecer uma solução Blockchain as a Service ao mercado?
Estamos sempre atentos às necessidades do mercado financeiro e, mais do que isso, nas inovações que estão chegando neste setor. A tokenização com certeza estará no futuro da economia brasileira e queremos disponibilizar tecnologias que democratizem o acesso de todos a esses recursos, independente de porte. Foi assim que pensamos em uma parceria com a startup BBChain para fornecer uma rede de blockchain neutra, em um modelo como serviço e com custo viável. A solução traz agilidade ao ciclo de operação das transações financeiras, uma vez que viabiliza os contratos inteligentes e evita erros operacionais. O nosso papel aqui é permitir que esta tecnologia chegue ao maior número de empresas do setor para que o mercado de blockchain ganhe escala.
Quais são os maiores desafios enfrentados pelas instituições financeiras para aderirem à tokenização?
Além da barreira do custo em manter uma infraestrutura de blockchain, a conformidade regulatória também pode ser um grande obstáculo, pois as normas referentes à tokenização ainda são muito recentes e podemos dizer que estão em fase de estudo. A interoperabilidade entre sistemas para operar com tokens e a compatibilidade com sistemas legados também é complexa e requer um conhecimento técnico que ainda é escasso no mercado. O RTM Blockchain as a Service facilita estes processos para as instituições já fornecendo uma plataforma pronta, em ambiente seguro, com recursos avançados de governança e suporte técnico especializado.
Como você vê a tokenização e o uso de Blockchain as a Service daqui a cinco anos?
Acredito que a tokenização terá um avanço significativo porque o Blockchain as a Service tem o poder de facilitar a adesão de instituições de portes menores a este universo. E será cada vez mais comum a tokenização de ativos físicos e digitais, o que trará mais facilidade para as negociações e proporcionará maior liquidez. A tecnologia em si também deve avançar em termos de desempenho e escalabilidade para atender o volume de transações, e as novas regulamentações e atualizações devem ajudar a proteger tanto os investidores, quanto as empresas.